FOBIAS
Toda fobia envolve o medo de algo específico. O medo é um mecanismo de defesa natural que os seres humanos desenvolveram ao longo de sua evolução e que constitui um mecanismo de defesa muito importante, na medida em que causa mudanças em nosso organismo que nos ajudam a reagir diante de situações perigosas de maneira mais eficaz. Ele está intimamente associado ao instinto de sobrevivência. É ele que faz com que tenhamos, por exemplo, uma repulsa por animais peçonhentos, que de fato são venenosos e oferecem riscos à vida.
Quando estamos falando de um medo específico que extrapola os limites do que é considerado normal para uma dada situação, pode ser que estejamos diante de um caso de fobia, um distúrbio que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
Mas o que é fobia?
A palavra "fobia" tem a sua origem no grego, "phobos" (φόβος), que significa “medo” ou “terror”. Na mitologia grega, Phobos era filho de Ares e Afrodite e irmão gêmeo de Deimos (terror). Phobos acompanhava o pai nos campos de batalha, injetando nos corações dos combatentes inimigos a covardia e o medo que os fazia fugir, como se estivessem diante de um fantasma.
Daí o uso da palavra "fobia" para indicar um medo persistente, extremo e incontrolável, de algo específico ou de determinada situação. A fobia não pode ser confundida com uma atitude de rejeição ou negação, pois não é algo que a pessoa tenha controle ou escolha.
Dizemos que estamos perante um estado fóbico quando a medo sentido em determinada experiência ou exposição é excessivo em relação ao perigo real que determinada situação representa. Esse ponto é muito importante para o diagnóstico: o que perturba o fóbico é geralmente algo totalmente inofensivo para as outras pessoas. Esse pavor pode ter sido causado por um trauma do passado ou ainda não ter uma causa aparente. A pessoa fóbica sente uma repulsa, um temor irracional e incontrolável, que prevalece sobre a racionalidade, causando prejuízos à vida. A pessoa nessas circunstâncias tende a perder o controle da situação, agindo de forma desproporcional e impulsiva ou se paralisando. As fobias são classificadas de acordo com o objeto ou situação que as suscitam.
Quais são os tipos de fobia?
Existem inúmeras possibilidades para o desenvolvimento de fobias, já que à priori qualquer situação ou objeto pode ser "alvo" de uma fobia. Em razão disso, nem todas estão classificadas e registradas, mas algumas delas são mais recorrentes e estão devidamente documentadas. sendo as mais comuns:
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Claustrofobia
Essa talvez seja a fobia mais conhecida pela população. Ambientes fechados é o principal medo do claustrofóbico. Voar de avião e até entrar em um elevador é uma tarefa quase impossível. Realizar exames como o de ressonância magnética então, nem pensar.Por isso é uma das fobias mais incapacitantes.
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Agorafobia
A pessoa sente um medo excessivo e irracional de permanecer em um local, seja aberto ou fechado, com uma maior quantidade de pessoas. Um show, uma palestra ou um ônibus lotado pode ser um ambiente insuportável para quem sofre de agorafobia.
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Aracnofobia
Constitui o medo exagerado de aranhas de qualquer tipo. Uma pequena e inofensiva aranha pode levar ao descontrole e até a uma crise de pânico.
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Zoofobia
Assim como existe fobia relacionada a aranha, há o medo que envolve todos os animais, de uma maneira geral. Cobras ou até simples cãezinhos podem desenvolver sentimentos insuportáveis e incontroláveis. A zoofobia é mais comum em mulheres do que em homens.
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Acrofobia
Medo de altura. Prédios muito altos, roda-gigante, mirantes ou um salto de paraquedas intimidam muitas pessoas. Porém, para quem sofre dessa fobia, o olhar pela janela de um prédio pode ser algo impossível . Até mesmo a simples tarefa de descer de uma escada pode provocar tontura e vertigem na pessoa.
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Nictofobia
A maioria das crianças sente medo do escuro. Porém, conforme vão crescendo, esse temor vai deixando de existir, menos para o nictofóbico. Nesse caso, a pessoa sente-se extremamente insegura e amedrontada em locais escuros e de difícil visibilidade. Essa fobia pode estar ligada a um evento traumático da infância.
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Glossofobia
A glossofobia é o medo de falar em púbico. É comum as pessoas sentirem um frio na barriga e até um nervosismo em situações que precisam falar em público. Principalmente, quando se trata de uma palestra ou apresentação que envolve uma grande audiência. Porém, na maior parte dos casos, são sentimentos passageiros e controláveis. No entanto, para o "glossofóbico", essa situação pode representar aumento da pressão arterial, voz trêmula e dificuldade de concentração.
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Aerofobia
Muitas pessoas se sentem um pouco inseguras ao andar de avião, mas na aerofobia esse medo é extremo, a ponto da pessoa ficar fortemente agarrada à poltrona e sofrer durante todo o trajeto. Normalmente, a pessoa já apresenta sintomas típicos da fobia dias antes do embarque. COm o agravamento da fobia, o fóbico se torna incapaz de andar de avião.
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Hematofobia
Como o nome sugere, hematofobia é o medo irracional e exagerado de sangue, e tudo que envolve ele: agulhas, cortes, exames, etc. Em alguns casos, até mesmo hospitais, clínicas ou uma simples cadeira de dentista podem ser um difíceis de serem frequentados pelo fóbico.
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Tanatofobia
Para a Psicanálise, Tânatos é a personificação mítica da pulsão de morte, um impulso instintivo e inconsciente que busca a morte e/ou a destruição. Daí o nome tanatofobia para caracterizar pessoas que tem um medo exagerado da morte e tudo o que a representa. Pode-se presumir que praticamente todo ser humano tem medo da morte. Só que, para quem sofre de tanatofobia, ir a um funeral, por exemplo, é algo impensável. Normalmente, a pessoa sofre com tudo que está relacionado ao assunto, como caixão, doenças, dor, etc.
Alguns sinais que podem indicar um comportamento fóbico:
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Sentir medo exagerado em relação a uma situação que representa pouco ou nenhum perigo real
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Sentir pânico incontrolável, terror ou temor perante determinadas situações ou objetos
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Evitar constantemente situações, algo ou alguém que teme
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Ser incapaz de levar a vida normalmente por causa de um medo ilógico
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Sentir reações físicas como sudorese, taquicardia, dificuldade para respirar perante algumas situações ou objetos
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Ter consciência que o medo que sente é irracional e exagerado, mas mesmo assim não ter capacidade de controlá-lo
A pessoa que sofre de alguma fobia pode ter prejuízos significativos em variados aspectos da sua vida, pois passa grande parte do tempo na tentativa de evitar a todo custo as circunstâncias das quais tem pavor, o não é possível , já que a fobia é sempre com relação a algo que existe no mundo concreto da pessoa.
Tratamento para fobia
Na maior parte das vezes, as fobias exigem tratamento por um profissional. Dificilmente uma pessoa conseguirá tratar uma fobia sozinha. A fobia, como qualquer outro distúrbio psíquico, deve ser diagnosticada por um profissional especializado, como psicólogo clínico ou psiquiatra, que irá indicar o melhor tratamento para cada caso em específico.
Em geral, o acompanhamento com um psicólogo irá amenizar a maioria das situações, mas, quando necessários, também podem ser prescritos medicamentos para o auxílio no tratamento da fobia.